Os guaranis patos ou Carijós (étimo tupi, v. Wikipédia) viviam no litoral, desde o sul de São Paulo, nos séculos XVI e XVII, até a Laguna dos Patos (RS); eram tribos pacíficas. Nelson Furtado (p. 50) não explica o termo; somente que o grupo vivia da Cananeia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). O mesmo autor (p. 137) sustenta que "pato" é referência aos animais, não a fator étnico. O Novo Aurélio (1975) distingue os patos como índios que viviam somente às margens da Lagoa dos Patos. O mesmo é registrado no Vocabulário Sul-rio-grandense (Globo, 1964). Sabe-se também que os portugueses batizaram a área da atual Florianópolis, onde viviam os Carijós, como "Ilha dos Patos" (v. relato).
O mais provável é que essa tribo do grupo guarani tenha se identificado como Carijós, e recebesse o apelido secundariamente, por alguma semelhança com as aves, pois não se sabe de outros índios chamados "patos", palavra que não é indígena.
No Brasil há 5 municípios com esse nome: Patos (PB), Patos de Minas (MG), Patos do Piauí (PI), Lagoa dos Patos (MG) e São João dos Patos (MA); nesta última existe uma Lagoa dos Patos (sem saída ao mar). No entanto, todas elas (cidades e lagoa) se referem às aves, não aos indígenas do sul.
O do norte
Coisa parecida ao "rio grande do sul" havia ocorrido no extremo norte do Brasil, com o rio Potengi, que deu nome à Capitania do Rio Grande (do Ceará à Paraíba). No século XVI, as 14 capitanias foram designadas e abarcavam até Laguna (hoje SC).
O do sul
O Rio Grande do Sul, que não foi capitania, começou como província, já no século XVIII. E somente seria considerado parte do Brasil depois de guerras e tratados: a província "cisplatina" (do lado de cá do Rio da Prata) ficou para os castelhanos. Como já existia um Rio Grande no norte da colônia d'além mar, o nosso, que ainda era território disputado com Espanha, ficou como Rio Grande do Sul, e o original (nordestino) ganhou o adjetivo antônimo, para evitar confusões.
O do centro
Até hoje também existe o rio Grande, formador do rio Paraná, junto com o Paranaíba (ambos ao norte do Tietê). O Grande é rio e não denominou cidade nem estado.
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